Violações de gás e RH em Cabo Delgado em Moçambique – CIDSE

Violações de gás e direitos humanos em Cabo Delgado em Moçambique

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A delegação de Moçambique viajará para a Europa de 16 de Outubro a 4 de Novembro de 2023 para denunciar o extrativismo e o abuso corporativo em Cabo Delgado, norte de Moçambique. No contexto de uma situação local degradante e no contexto dos processos políticos europeus e internacionais em curso para prevenir casos de abuso corporativo por parte de empresas transnacionais.

Onde e quando

  • França: 16 a 21 de outubro
  • Bélgica: 22 a 25 de outubro
  • Holanda: 26 de outubro – 1st Novembro
  • Itália: 2 a 4 de novembro

A delegação consistirá em:

  • Antonio Muagerene, Gestor de Programa, Caritas Nampula
  • Erika Mendes, Activista Social e Ambiental, Coordenadora de Impunidade Corporativa e Direitos Humanos, Justiça Ambiental / Amigos da Terra Moçambique (JA!)
  • Daniel Ribeiro, Oficial Técnico e de Pesquisa, Justiça Ambiental / Amigos da Terra Moçambique (JA!) e Coordenador da campanha internacional Não ao Gás.

BACKGROUND
No norte de Moçambique, a mineração e a extracção de combustíveis fósseis por poderosas corporações transnacionais estão intimamente ligadas à apropriação de terras, à perda de casas e de meios de subsistência, à deslocação em massa, à violência sexual, às alterações climáticas, à guerra, à destruição ambiental e à ruína económica. A colonização e as injustiças fundiárias, climáticas e de direitos humanos estão profundamente interligadas. Em 2006/2007, iniciaram-se as pesquisas sísmicas ao largo da costa de Cabo Delgado. Em 2012, foram descobertas quantidades comerciais de gás natural em 2 blocos propriedade da Anadarko (actual Total) e da ENI. Os ataques dos insurgentes começaram em 2017. O gás e outros megaprojectos foram identificados como catalisadores de problemas pré-existentes de desigualdade social, desemprego e problemas de infra-estruturas sociais, exacerbados pelos processos de reassentamento. O conflito tem sido consistentemente atribuído a grupos da Jihad Islâmica apoiados pelo ISIS. Mas os analistas e as vítimas apontam o controlo da terra e dos recursos minerais como as verdadeiras raízes dos conflitos. As populações locais estão a ser expulsas das suas terras pelas empresas transnacionais para dar lugar aos seus projectos e aos de outros prospectores.
A violência extrema levou a deslocações cada vez maiores, com consequências devastadoras para a maioria da população na região afectada pela guerra. O conflito estendeu-se à província vizinha de Nampula e a guerra no norte de Moçambique é agora considerada um dos conflitos mais complexos em África e fora dela. A presença de empresas europeias como a TotalEnergies e a ENI fala da necessidade de ligar a resistência local aos projectos extractivos ao modelo de energia e consumo impulsionado pelos países do Norte global. Além disso, pesquisa da Amigos da Terra Europa mostrou como as agências de crédito à exportação dos Países Baixos, Itália, França, Reino Unido e EUA financiaram investimentos extractivos e alimentaram conflitos, apesar de estarem bem conscientes dos riscos associados às suas actividades.

Organizações de apoio
Caritas Moçambique, Justiça Ambiental (JA!) /FoE Moçambique, Comissão Justiça, Paz e Desenvolvimento do Simpósio da Conferência Episcopal de África e Madagáscar (SECAM), Justiça e Paz Moçambique, Dioceses de Nampula, IMBISA (Encontro Inter-regional dos Bispos da África Austral), Denis Hurley Peace Institute (DHPI), Comissão da Conferência Episcopal de Moçambique para Migrantes, Refugiados e Pessoas Deslocadas (CEMIRDE), Programa Internacional de Desenvolvimento Infantil (ICDP), CIDSE, MISEREOR, CCFD-Terre Solidaire, Focsiv, Amigos do Earth Europe, Les Amis de la Terre, Brot für die Welt, ReCommon.

Recursos


Esta iniciativa é co-financiada pela União Europeia. Os conteúdos são da exclusiva responsabilidade dos organizadores e não podem de forma alguma ser considerados como reflectindo as opiniões da União Europeia. 

Crédito da foto de capa: CIDSE

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