Quarta-feira, outubro 12, o CIDSE, juntamente com outras organizações internacionais da sociedade civil, foi acolhido no Parlamento Europeu em Bruxelas pela Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas e pelo Grupo de Conduta Empresarial Responsável. A ocasião foi a prévia do documentário A ilusão da abundância, de Erika Gonzalez Ramirez e Matthieu Lietaert, que se concentra nas histórias contemporâneas de resistência de três mulheres na América Latina: Maxima Acuña (Peru), Berta Cáceres (Honduras) e Carolina de Moura (Brasil). Este último, juntamente com os dois co-diretores, também integrou um painel com os deputados e a sociedade civil.
Carolina, que trabalha como coordenadora de gênero na Instituto Cordilheira, vive no coração da região de Minas Gerais, um centro histórico de mineração no Brasil. Como ativista de direitos humanos e ambiental, ela viajou para a Europa para defender regras fortes para responsabilizar as empresas por seus danos às pessoas e ao planeta.
As suas visitas, e o documentário avant-prémière, surgem numa altura em que a proposta de Due Diligence da Sustentabilidade Empresarial da Comissão concentrou a atenção do Parlamento na questão de como prevenir e reparar os abusos empresariais.
Durante o avant-prémière no Parlamento Europeu, Carolina declarou:
“Ser zagueiro é desafiador, perigoso e cansativo, mas também é uma alegria. Você sente que sua vida não é em vão. As defensoras das mulheres na América Latina estão trazendo uma perspectiva feminista para a exploração ambiental”.
O evento foi aberto por Maria Arena (deputada do Partido Socialista e Democrata, Presidente do Subcomité dos Direitos Humanos) e moderado por Sylvia Obregon (Coligação Europeia para a Justiça Empresarial).
“Esta lei de due diligence deve ser para as vítimas, não para as empresas. Estamos vivendo em um mundo brutal. Quero ser mais emocional, quero que as pessoas sejam mais emocionais”, disse a eurodeputada Maria Arena.
Outros membros do Parlamento Europeu estiveram presentes. Entre eles: Lara Wolters (Partido Socialista e Democrata, Relatora de Due Diligence Empresarial) e María Soraya Rodríguez (Renovar a Europa). Danilo Chammas, advogado brasileiro de Direitos Humanos do Instituto Cordilheira, também participou da exibição. Giuseppe Cioffo, oficial de Regulação Corporativa e Extrativos, representou a CIDSE no painel e destacou a falha na CSDDD que precisa ser abordada para trazer mudanças significativas para as comunidades.
“O Consentimento Livre, Prévio e Informado dos povos indígenas é um princípio internacional estabelecido, e é surpreendente que não esteja contido na minuta”, disse Giuseppe.
Ele também destacou a importância de uma forte responsabilidade e disposições de acesso à justiça.
Bruxelas foi a primeira parada do “lobby tour” da Ilusão de Abundância pela Europa. Continuará em Luxemburgo e mais tarde chegará ao Festival de Cinema de Colônia, na Alemanha. A exibição do documentário também acontecerá em Genebra, na Suíça, no Palais des Nations (Escritório das Nações Unidas) em 24 de outubro.th durante a 8ª sessão de negociações para um Tratado Vinculante da ONU sobre corporações transnacionais. O filme passará pela Holanda, Áustria, França e Dinamarca.
Através das imagens poderosas da Ilusão da Abundância, os diretores pretendem mostrar até onde as corporações estão dispostas a ir e o quanto a legislação é necessária. Essa diretriz pode representar um passo importante para minimizar os impactos negativos das empresas sobre os trabalhadores, as comunidades e o meio ambiente em todo o mundo e promover a responsabilidade e a justiça corporativas.
Você pode saber mais sobre o documentário lendo o kit de imprensa da Ilusão da Abundância e do CIDSE entrevista de Erika Gonzalez, co-diretora do filme.
O documentário “The Illusion of Abundance” foi financiado por vinte organizações internacionais da sociedade civil, incluindo o CIDSE, de onze países da UE e dos EUA.
Créditos das fotos: Parlamento Europeu.
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